domingo, 18 de novembro de 2012
- O Encontro
- O Encontro
Nosso primeiro fruto não foi a loucura. Nem o amor.
Primeiro eu lembro bem, foi a impossibilidade das palavras, foi quando elas perderam o sentido e só esperavam o olhar. Isso, olhar. Aquilo que fala mais que uma página de poemas em letras rabiscadas, aquilo que faz o coração bater mais rápido enquanto busca uma razão ou coisa qualquer que explicasse .
Eles se encontraram em uma tarde, sem estação do ano definida, com um pouco de sol e
música, cada um com sua música. Ela estava parada em pé. Decidida como sempre seria. Ele olhou primeiro . Aí viu as mãos balançando: as unhas pintadas com o vermelho igual do vestido e do sangue que corria cada vez mais rápido.
Enfim, viu tambem aquele momento e, de repente, os olhos.
Ah, os olhos. Isso ia ficar pra sempre: Olhavam para ele.
Loucura.
Nem sempre é em vão.
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